Boas pessoal!
Um dia destes estava assim meio indeciso se ia ou não à pesca e quando assim é o melhor é ir mesmo, pois nunca se sabe o que nos espera e só indo é que se pode tirar as dúvidas e foi o que aconteceu…
Mas preparar uma pesca à pressa é coisa que nunca corre bem e para começar esqueci-me da luz que costumo usar, o que vale é que tenho sempre uma suplente (dos chineses) no ceirão para no caso de haver algum azar.
A viagem para lá também foi meio stressante, pois mais uma vez quando um gajo anda à pressa parece que nada corre bem, fiquei preso nas obras da Rua EN:125 e só pensava (tanto peixe à minha espera e eu aqui parado) é sempre o que um gajo pensa quando vai à pesca hehehehe, bom mas eu queria chegar ainda de dia e quando entrei numa zona de terra batida que conheço bem meti pata a fundo que aquela coisa até fazia pó na lama…
As Douradas este ano prolongaram a sua estadia por cá no Sul devido ao verão comprido que tivemos e não é de admirar que se apanhe uma ou outra perdida que vaguei por aqui junto à costa, não foi ao acaso que fiz a escolha deste pesqueiro pois sabia que podia ter a sorte de apanhar alguma, embora confesso que o objectivo eram os sargos mas estes foram poucos, tirei apenas dois mas como não eram nada de especial não tiveram direito a foto.
Estava eu relaxado e a ouvir o som do mar quando de repente uma pancada violenta quase que fazia cair a cana e assim que a agarrei tive a certeza de que tinha ali um belo peixe, demorei foi a admitir que seria uma Dourada destas, sempre teimosa e lutadora durante a recuperação mas foi quando ela encostou à falésia que eu vi que estava metido em trabalhos, pois meter o cesto à noite e sozinho a uma altura considerável não é tarefa fácil...
Naquele momento dezenas de metros de SkyLine 0,50 faziam união com 2m de MIMETIC 0,40; ambos roçavam na falésia e nas rochas, cheguei a temer pelo pior mas com calma e jeitinho lá consegui encestar a burra que se debatia lá em baixo, a força do mar não ajudava em nada e tudo feito às escuras ainda piorava mais a coisa, assim que a senti dentro do cesto virei-o e icei-o uns metros para o afastar do mar que batia com força na falésia, quando o “elevador” chegou cá a cima é que realmente vi que o cesto vinha preenchido com uma bela Burra com o rabo de fora, tinha apanhado uma Douradona acima de 3kg em Janeiro, se estivesse gorda certamente o peso seria outro...
Mais tarde e depois de algum tempo sem sentir qualquer actividade pensei (vou mas é arrumar a tralha e picar a mula que se faz tarde…)
O tempo na Costa Norte está de poucos amigos, está do lado dos peixes e só a pescar em altura e em certos pesqueiros se poderá tirar algum proveito da pesca, temos de aceitar pois acredito que estas condições nos tragam grandes alegrias no futuro. Não só em Robalos, Sargos e Bailas mas também em Douradas que são alvo da pesca embarcada no inverno…
Ao que me parece e em conversa com pessoal que anda ao mar este tem sido um ano bastante fraco em cefalópodes (choco, polvo e lulas) pelo menos é o que tenho ouvido falar aqui no sul, escassez ou anos menos bons, vai-se lá saber…
O que mais me consolava era saber que tinha uma sopa de feijão para aconchegar o estômago às 3h da manhã, e para empurrar um copo de Rio Mira 😋
Farol do cabo de S.Vicente, onde a terra acaba e o mar começa…
Saúde da boa e não se esqueçam da regra nº1 (deixar sempre o pesqueiro mais limpo do que estava)
Força aí pessoal.