“Spinning”
Boas pessoal!
O mês de Fevereiro e o Janeiro caminham de mãos dadas, não só no calendário mas também no que toca a época de Robalos, no entanto e como disse no relato anterior nem sempre o mar nos deixa pescar onde queremos ou gostamos e nos últimos dias a presença do tempo frio para além de não aliciar a uma saída de pesca ainda convida a ficar em casa.
Tinha prometido a mim mesmo que esta semana não ia à pesca e que ia ficar na ronha, no entanto depois de olhar às previsões e pensar que os próximos dias também não seriam muito melhores decidi fazer frente ao frio e programei uma jornada por aí…
Tudo começou num final de tarde e início da noite em que fiz uma pequena investida mas sem resultados, resolvi fazer uma pausa para comer alguma coisa quente para depois mais tarde fazer nova investida. Depois de ter comido uma sopa quente que me soube pela vida resolvi meter-me dentro do saco cama e levei uma garrafa de vinho para me fazer companhia 😉 O objectivo era voltar à carga por volta das 24h, mas depois de ter “varrido” meia garrafa de tinto e estar tão bem dentro do saco cama nem tinha coragem de sair dali e pensei; (vou não vou, vou não vou) e não fui mesmo (que se lixe a pesca que eu não fiz mal a ninguém para ir rapar este frio…) Na altura já estavam -2º
Mas às 6h da manhã acordei já sem sono como se alguma coisa me dissesse para ir fazer uns lançamentos, pensei que para compensar a desistência da noite passada podia fazer o aceio da manhã e assim foi…
O frio estava de congelar o bigode, mas meti o CD mágico a tocar alto e bom som e pensei; “bom deixa-me mas é ir a eles que a vida é curta”.
O vento norte gelava-me as mãos a cada minuto que passava e ao mesmo tempo pensava “mas o que é que eu faço aqui, tão bem que estava dentro do saco cama” por sorte minha penso que foi ali ao 5º ou 6º lançamento, levei uma cacetada que quase me saltava a cana das mãos heheheheh, foi um ataque surpresa típico de Robalo ao spinning, brutal mesmo… O frio que sentia transformou-se em calor e passado cinco segundos estava a ferver, o mar estava parado e esfumaçava devido à diferença de temperatura que havia entre a água e a aragem de norte que vinha da serra, nesse momento já estava com a “Crafty” ao alto e dobrada, pouco depois avistei o peixe ainda longe a “basqueirar” ao de cimo da água, já havia claridade e estava sozinho o que deu um certo sabor a esta captura algo considerável já... Mais uma prova de que para se apanhar bons peixes tem que se sofrer e insistir bastante, pelo menos comigo tem sido sempre assim...
O spinning que pratico é como um livro de surpresas, cada dia uma nova investida cada lançamento uma nova oportunidade, cada peixe é uma nova sensação e o valor da luta com um Robalo não está no tempo que ela dura, mas sim na intensidade e sensação que a mesma transmite ao pescador e é por isso que existem momentos de pesca nesta modalidade inesquecíveis e inexplicáveis que só quem os sente é que consegue entender …
A visão que o mar me ofereceu naquele momento quase me cortava a respiração, há coisas que não se explicam, apenas se sentem…
(Na foto é um outro pescador que chegou mais tarde)
(Na foto é um outro pescador que chegou mais tarde)
Material utilizado
Cana: Cinnetic Crafty Sea Bass CRB4 3m
Carreto: Cinnetic Cautiva ll 4500
Linhas: multi RayBraid 0,18 com terminal 0,40 Skyline da Cinnetic
Artificial responsável pela captura: Jerkbait
A tal sopa quente que em dias frios pode fazer toda a diferença
Às 21h já estava assim
Saúde da boa e força aí pessoal, façam uma pesca consciente respeitando sempre o adversário seja ele de que tamanho for e não deixem lixo por aí…